27/01/2021 | ![]() |
Como a Covid-19 afeta os idosos | |
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Apesar de as chances de contágio serem as mesmas para todas as faixas etárias, o risco de agravamento da doença aumenta à medida em que a idade do paciente avança. Pesquisadores da Universidade de Hong Kong analisaram a relação entre idade e morte dos pacientes infectados na cidade chinesa de Wuhan, que foi o foco inicial da pandemia. Em um artigo publicado em março de 2020 na revista Nature, eles constataram que pessoas acima dos 59 anos têm cinco vezes mais chances de morrer do que aquelas entre 30 e 59 anos. O motivo para esta maior fragilidade se deve às alterações sofridas pelo sistema imunológico à medida que a pessoa envelhece. Após os 60 anos, a resposta do organismo às infecções se torna mais lenta devido à queda na produção de interferon, principal proteína produzida pelos leucócitos para estimular a atividade de defesa celular. Ou seja: fica cada vez mais difícil para o sistema imunológico eliminar as células infectadas e transmitir os “sinais de alerta” para acionar os mecanismos de resposta imune. Essa demora dá ao vírus a oportunidade de se espalhar antes que as defesas do organismo consigam agir, aumentando as chances de agravamento dos sintomas que podem levar o paciente a óbito. Outro fator importante a ser considerado é o fato de que muitos idosos são portadores de doenças crônicas, o que aumenta ainda mais os riscos de complicações devido à comorbidade com a Covid-19. Distanciamento social é imprescindívelComo se sabe que os idosos têm mais dificuldade para combater a infecção pelo coronavírus, a principal medida preventiva deve ser evitar ao máximo que eles sejam infectados. Por isso mesmo, as medidas de isolamento social tornam-se imprescindíveis para quem tem mais de 60 anos. Como o novo coronavírus tem alta capacidade infecciosa e pode permanecer ativo por até 3 horas no ar e por até 8 horas em determinadas superfícies, a recomendação para os idosos é evitar ao máximo o convívio social. De acordo com o posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), quem tem mais de 60 anos deve evitar aglomerações, viagens, ter contato com pessoas que retornaram recentemente de viagens internacionais ou ter contatos íntimos com crianças. A entidade reforça o alerta especialmente para portadores de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas, pulmonares, renais e neurológicas. Pacientes em tratamento para câncer, portadores de imunossupressão e quem tem mais de 80 anos ou seja portador de síndrome de fragilidade também devem ter os cuidados redobrados. Atendimento e assistênciaDe acordo com as recomendações da SBGG, o atendimento às pessoas idosas durante a pandemia de Covid-19 deve ser feito preferencialmente em domicílio. Seja por meio de visitas presenciais, telemonitoramento ou teleconsultas, o importante é evitar a exposição desses indivíduos ao ambiente coletivo dos serviços de saúde. Além disso, é importante lembrar que muitos idosos que são assistidos diariamente em suas casas por cuidadores e profissionais de saúde. Caso apresentem qualquer sintoma de gripe, eles devem evitar manter contato com seus pacientes e até mesmo interromper os atendimentos se houver qualquer dúvida sobre o contágio. No caso de idosos que estão em instituições de longa permanência (ILPIs), a SBGG recomenda evitar visitas, saídas ou atividades em grupo, além de redobrar os cuidados com a higiene dentro da instituição. Se o idoso começar a apresentar algum sintoma leve, deve ficar em observação constante e procurar ajuda médica caso os sintomas evoluam para:
Outra medida importante é acompanhar de perto o estado emocional dos idosos durante o período de quarentena para minimizar os impactos do isolamento social na saúde mental desses indivíduos.
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Fonte: previa.com.br | |
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